“Perguntei à jovem índia de onde vinha a expressão de contentamento em seu rosto. Sorrindo, ela me respondeu que vinha da sua consciência de ainda não ter alcançado a felicidade. Intrigado, devolvi o sorriso e permaneci em silêncio.
Ela prosseguiu dizendo que chegar à felicidade poderia significar o fim do seu caminho, o que ela não desejava, mesmo que esse fim significasse viver a experiência do tão fantasiosamente cobiçado êxtase humano.
Disse ainda que a chegada aos campos da felicidade e o consequente êxtase poderiam anteceder a uma sensação que ela definiu como vácuo existencial...
Sua alegria vinha, enfim, de uma atitude receptiva e uma conduta ativa à ideia do bem-estar e que, através delas, havia descoberto o que ela chamou de veio da felicidade: o caminho para a alegria.
Mais uma vez, ela sorriu e me perguntou se existia algo mais saboroso do que estar e se sentir no caminho dos campos da felicidade e dela ir provando, pouco a pouco... passo a passo... Admiti que ela era feliz...
Ainda me pergunto se além de me oferecer uma bela visão da felicidade, ela não teria me ensinado a viver...”
(Xamã Sherotáia Kê Takoshemí)
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