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quarta-feira, 30 de abril de 2014

A Felicidade como um papel X A Felicidade Verdadeira - Eckhart Tolle




- Como vai você?

- Ótimo. Não poderia estar melhor. . Verdadeiro ou falso?

Em muitos casos, a felicidade é um papel que as pessoas representam.

Um exterior sorridente pode ocultar um grande sofrimento. Depressão, esgotamento e reações exageradas são comuns quando a infelicidade é  encoberta por sorrisos, sempre que há negação, algumas vezes até mesmo  para si próprio, de que existe muita infelicidade.

Quando nos sentimos infelizes, primeiro precisamos reconhecer esse fato. E nunca afirmarmos: "Sou infeliz." A infelicidade não tem nada a ver com quem nós somos. Se você estiver passando por isso, diga: "Há infelicidade em mim." Depois, analise o que está acontecendo na sua vida.

Uma situação em que você se encontra pode ter algo a ver com essa sensação. 
Talvez seja preciso fazer alguma coisa para mudá-la ou para sair dela. Se não houver nenhuma solução ao seu alcance, encare isso e afirme: "Bem, é o que está acontecendo neste momento. Não posso nem aceitar isso nem me sentir  infeliz." 

A causa primária da infelicidade nunca é a situação, mas nossos pensamentos sobre ela. Portanto, tome consciência dos pensamentos que estão lhe ocorrendo. Separe-os da situação, que é sempre neutra - ela é como é. Existe a circunstância ou o fato, e você terá seus pensamentos a respeito  deles. Em vez de criar histórias, atenha-se aos fatos. Por exemplo: "Estou arruinado" é uma história. Ela limita a pessoa e a impede de tomar uma  providência eficaz. "Tenho 50 centavos na minha conta" é um fato. Encarar os fatos é sempre fortalecedor. Tome consciência de que, na maioria das vezes, o que você pensa é o que cria suas emoções - observe a ligação entre  eles. Em vez de ser seus pensamentos e suas emoções, seja a consciência por  trás deles.

Não busque a felicidade. Se fizer isso, não a encontrará porque buscar é a antítese dela.

 A felicidade é sempre evasiva, contudo você pode se libertar da infelicidade agora, encarando-a em vez de criar histórias sobre ela. A  infelicidade encobre nosso estado natural de bem-estar e nossa paz interior, que são a origem da verdadeira felicidade.

Eckhat Tolle - In  O Despertar da Nova Consciência

Vilão, Vítima, Amante - Eckhart Tolle



Quando não conseguem obter elogios nem admiração, alguns egos procuram outras formas de chamar a atenção ou interpretam papéis para consegui-la. Caso não obtenham atenção positiva, podem buscar atenção negativa - por exemplo, provocando uma reação desagradável em alguém. 

Há inclusive casos de crianças que fazem isso. Elas adotam um mau  comportamento para se fazer notar. A interpretação de papéis negativos torna-se particularmente acentuada quando o ego é intensificado por um  sofrimento emocional do passado que deseja se renovar com uma experiência diferente. Alguns egos cometem crimes na sua busca pela fama. Eles procuram atenção por meio da notoriedade e da condenação por parte das pessoas. "Por favor, me diga que eu existo, que não sou insignificante" parece ser sua mensagem. Essas formas patológicas do ego são apenas versões mais extremas dos egos normais.

Um papel muito comum é o de vítima, e a forma de atenção que o ego busca é a solidariedade, a piedade ou o interesse dos outros pelos "meus" problemas, por "mim e minha história". Ver-se como vítima é um componente de muitos padrões egoicos, como queixar-se, sentir-se ofendido, ultrajado, e assim por diante.

É claro que, depois que uma pessoa se identifica com uma história em que assume o papel de vítima, ela não quer que isso termine, e assim, como muitos terapeutas sabem, o ego não deseja o fim dos seus "problemas" porque eles fazem parte da sua identidade. Se ninguém deseja escutar sua triste história, a pessoa pode contá-la mentalmente para si  mesma quantas vezes tiver vontade e sentir pena de si própria. Dessa forma, sua identidade será a de alguém que não está sendo tratado com justiça pela vida, por outros indivíduos, pelo destino ou por Deus. Essa atitude define a imagem que ela faz de si mesma, torna-a alguém - e isso é tudo o que importa ao ego.

No início de muitos relacionamentos chamados românticos, a
interpretação de papéis é bastante comum no sentido de atrair e manter a pessoa que é percebida pelo ego como aquela que fará o indivíduo feliz, especial e satisfará todas as suas necessidades. "Eu interpreto quem você quer que eu seja, enquanto você representa quem eu desejo que você seja." Esse é um acordo implícito e inconsciente. No entanto, a interpretação de papéis é um trabalho árduo que as pessoas não conseguem sustentar por um tempo indefinido, sobretudo depois que começam a viver juntas.

O que vemos quando esses papéis se acabam? Na maioria dos casos, ainda não a verdadeira essência do ser, mas aquilo que a encobre: o ego em estado natural, despido dos seus disfarces, com os sofrimentos que traz do passado e seu querer insatisfeito, que agora se transforma em raiva, provavelmente direcionada ao 
parceiro ou à parceira por ter deixado de remover o medo subjacente e o sentimento de insatisfação que é uma parte intrínseca da percepção egoica do eu.

Na maior parte das vezes, aquilo que costumamos chamar de 
"apaixonar-se" é uma intensificação do desejo e da necessidade do ego.

Ficamos viciados na outra pessoa ou na sua imagem. Isso não tem nada a ver com o verdadeiro amor, que implica não querer nada. A língua espanhola é a  mais honesta com relação às noções convencionais do amor: te quiero significa tanto "quero você" quanto "te amo". A expressão "te amo", que não tem essa ambiguidade, dificilmente é usada - talvez porque o verdadeiro amor seja de fato muito raro.

Eckhart Tolle In O Despertar de uma nova consciência




quarta-feira, 16 de abril de 2014

O CAMINHO DO MAGO – Deepak Chopra





Existe um Mago dentro de todos nós.

Esse Mago tudo vê e tudo sabe.

O Mago está além dos opostos da luz e das trevas, do bem e do mal, do prazer e da dor.

Tudo que o Mago vê tem suas raízes no mundo invisível.


A natureza reflete o estado de alma do Mago.

O corpo e a mente podem adormecer, mas o mago está sempre desperto.

O Mago possui o segredo da imortalidade.

A volta da magia só pode acontecer com o retorno da inocência.

A essência do Mago é a transformação.

Quem sou eu?

É a única pergunta que vale a pena ser feita e a única que jamais é respondida. É seu destino desempenhar uma infinidade de papéis, mas esses papéis não são você.O espírito não é localizado, mas deixa atrás de si uma impressão digital que chamamos de corpo.

Um Mago não acredita ser um evento localizado que sonha com um mundo maior. Um Mago é um mundo que sonha com eventos localizados.

Os Magos não acreditam na morte. À luz da consciência, tudo está vivo! Não existem inícios ou fins. Para o Mago, eles não passam de elaborações mentais. Para viver mais plenamente, é preciso morrer para o passado. As moléculas se dissolvem e se extinguem, mas a consciência sobrevive à morte da matéria na qual ela viaja.

A consciência do Mago é um campo que existe em toda a parte. As correntes de conhecimento contidas no campo são eternas e circulam eternamente. Séculos de conhecimento estão comprimidos em momentos reveladores. Vivemos como ondulações de energia no vasto oceano de energia.

Quando o ego é posto de lado, temos acesso à totalidade da memória. Quando as portas da percepção forem purificadas, você começará a enxergar o mundo invisível: o mundo do Mago.

Existe dentro de você um manancial de vida onde você pode purificar-se e transformar-se.Purificar-se consiste em livrar-se das toxinas da sua vida: emoções tóxicas, pensamentos tóxicos e relacionamentos tóxicos. Todos os corpos vivos, físicos e sutis, são feixes de energia que podem ser diretamente percebidos.

O Mago vive num estado de conhecimento. Esse conhecimento dirige sua própria realização. O campo da consciência se organiza ao redor das nossas intenções. O conhecimento e a intenção são forças. O que você pretende muda o campo ao seu favor. As intenções comprimidas em palavras envolvem o poder mágico.

O Mago não tenta solucionar o mistério da vida. Ele está aqui para vivê-lo.

Todos possuímos um eu - sombra que é a parte da nossa realidade total. A sombra não está presente para magoá-lo e sim para mostrar-lhe onde você está incompleto. Quando a sombra é abraçada, ela pode ser curada. Quando ela é curada, ela se transforma em amor.Quando você puder viver com todas as suas qualidades opostas, você estará vivendo seu eu total como o Mago.

O Mago é o mestre da alquimia. A alquimia é a transformação. É através da alquimia que você começa a busca da perfeição. Você é o mundo. Quando você se transforma, o mundo em que você vive também será transformado.

As metas da busca – o heroísmo, a esperança, a graça e o amor – são a herança do intemporal.

Para invocar a ajuda do Mago, você precisa ser forte na verdade, sem ser teimoso no julgamento.

A sabedoria está viva e é, portanto, sempre imprevisível. A ordem é outra face do caos, o caos é outra face da ordem. A incerteza que você sente interiormente é a porta de entrada para a sabedoria. A insegurança sempre estará com o que busca: ele continua a tropeçar, mas nunca tomba.

A ordem humana é feita de regras. A ordem do Mago não tem regras: ela flui com a natureza da vida.

A realidade da sua experiência é uma imagem especular das suas expectativas. Se você projetar as mesmas imagens todos os dias, sua realidade será a mesma todos os dias. Quando a atenção é perfeita, ela cria ordem e clareza a partir do caos e da confusão.

Os Magos não lamentam a perda, porque a única coisa que pode ser perdida é o irreal.Mesmo que você perca tudo, o real permanecerá. No cascalho da devastação e do desastre estão enterrados tesouros ocultos. Quando você examinar as cinzas, examine bem!

Na medida em que você conhece o amor, você se torna o amor. O amor é mais do que uma emoção. Ele é uma força da natureza e, portanto, tem que conter a verdade. Quando você pronuncia a palavra amor, você pode captar o sentimento, mas a essência não pode ser proferida. O amor mais puro situa-se onde é menos esperado: no desapego.

Além de andar, sonhar e dormir existe infinitas esferas de consciência. O Mago existe simultaneamente em todas as épocas. O Mago enxerga infinitas versões de cada evento. As linhas retas do tempo são na verdade fios de uma teia que se estende em direção ao infinito.

Os buscadores nunca se perdem, porque o espírito está sempre acenando para eles. Os buscadores recebem continuamente pistas do mundo do espírito. As pessoas comuns chamam essas pistas de coincidências. Não existem coincidências para o Mago. Cada evento existe para expor outra camada da alma.

O espírito deseja conhecê-lo. Para aceitar esse convite, você precisa deixar cair suas defesas. Comece a procurar em seu coração. A gruta do coração é o lar da verdade.

A imortalidade pode ser vivida em meio à mortalidade. O tempo e o intemporal não são opostos. Por abarcar tudo, o intemporal não tem oposto.

No nível do ego, nos esforçamos para resolver nossos problemas. O espírito percebe que o problema é o esforço. O Mago tem consciência da batalha entre o ego e o espírito, mas compreende que ambos são imortais e não podem morrer. Cada aspecto seu é imortal, até mesmo as partes que você julga com mais severidade.

Os Magos jamais condenam o desejo. Foi seguindo seus desejos que eles se tornaram Magos.
Todo desejo é criado por algum desejo passado. A cadeia do desejo nunca acaba. Ela é a própria vida. Não considere nenhum desejo inútil ou errado: um dia cada um deles será realizado.
Os desejos são sementes que esperam o momento propício para germinar. A partir de uma única semente de desejo, florestas inteiras se desenvolvem. Acalente cada desejo do seu coração, por mais trivial que ele possa parecer. Um dia esses desejos triviais o conduzirão a Deus.

O maior bem que você pode fazer ao mundo é tornar-se um Mago!

Texto retirado do livro O CAMINHO DO MAGO – Deepak Chopra

A morte e os estados de Consciência - Eckhart Tolle



"Participante - Um amigo meu morreu baleado há dois dias atrás, então surgiu uma questão em minha mente: O que acontece no momento da morte?

E. Tolle - Bem, eu ainda não passei pela morte física.Um mestre zen foi perguntado sobre a vida depois da morte, e ele disse: "Eu não sei". E eles disseram: "Porque você não sabe, você é o mestre!". "E ele disse: Sim, mas eu não sou um mestre morto."

Eu entrei bem profundamente no que se poderia chamar morte e identificação com a forma.Então, de certa maneira entrei neste contexto; e posso dizer e saber que em última análise morte é dissolução da forma.
O eterno em nós, que eu conheço de primeira mão, não pode ser tocado por isso.

Eu diria que, o que exatamente acontece no momento da morte, depende de em qual "estado de consciência" você está. Qual é o "estado de consciência" predominante neste seu tempo de vida.

Se neste tempo de vida, você está continuamente identificado com a forma, com seu corpo ou a forma psicológica do "eu", significa que esta atual expressão da consciência ainda está em um certo estado de sonho, que é a identificação com a forma.Então, você pode facilmente extrapolar que, se a tendência da consciência em se identificar com a forma ainda está presente e o "despertar" ainda não aconteceu, então essa tendência continuará e haverá subsequentes identificações com a forma, e o processo vai continuar; a consciência que não está plenamente desperta irá continuamente se identificando com a forma mais uma vez. Isso gradativamente até que chegue em um ponto onde o "despertar" aconteça.

Por outro lado, caso já tiver ocorrido uma desidentificação com a forma neste tempo de vida, você então, pode ir além disso; além do impulso compulsivo em se identificar com a forma, e para buscar por outra forma ou por um outro ciclo de identificação com a forma.

Esta compulsão por buscar subsequentes experiência que se identificam com a forma estará mais fraca ou estará completamente ausente. E neste caso, a consciência que você é não mais está sujeita a esse reino, e não mais buscará re-experimentar esse reino da forma.

Mas, em ambos os casos, eu posso lhe dizer que está tudo bem. 
Não importa realmente se essa pessoa necessita de subsequentes experiências de identificação e nesse caso, isso lhe ocorrerá.Ou, se ela já está livre dessa sujeição e nesse caso ela irá seguir em frente, e viver em um reino que não pode nem mesmo ser concebido daqui onde estamos, mas que também está profundamente dentro daquilo que É.Mas nem precisamos falar sobre isso aqui.

No Curso em Milagre resume isso em duas linhas: "Nada real pode ser ameaçado. Nada irreal existe. Nisto está a Paz de Deus."

O que é real dentro do seu amigo, está além da forma. Todos quando vêem um corpo morto, percebem que aquele não é mais quem você conhecia, é apenas uma casca.
Então, "Nada que é real pode ser ameaçado, e nada irreal fundamentalmente existe."

Isto é porque todos os mestres de todas as tradições dizem que este reino da forma é essencialmente ilusório.
Essencialmente...
Depende de qual nível você está olhando.
O importante é que tudo está bem como está.Além das aparências no nível da forma que é o único nível onde a morte existe, que é a transição de uma forma par outra forma, ou de uma forma para o "sem forma".
Isso é o que a morte é. Nada mais que isso..Nada real morre..

Em suma podemos dizer que não há tal coisa como a morte.É somente algo que parece ser. É uma transmutação da forma. Ou a forma se dissolve ou passa a uma outra forma, a uma outra identificação com a forma.

Para você é importante, frente a morte, voltar-se para o espaço de quietude dentro de si mesmo. Especialmente quando você está ao lado de uma pessoa que está no processo de morte; ou quando de confronta com alguém que acaba de morrer.
Imediatamente feche os olhos, e volte-se para quietude interior, e você percebe que você É. E quando você percebe que você é a consciência "sem forma", então você percebe também que nada real morre.O que fundamentalmente quer dizer que não há nenhuma morte.

Isso não significa que você não possa ficar triste. Você pode se permitir ficar triste, chorar...mas ao mesmo tempo perceber que nada real morre.

Isso aconteceu comigo quando meus pais morreram há dois anos atrás, em um espaço de seis meses um do outro.
Então, fui confrontado em um curto espaço de tempo com a perda de duas pessoas amadas.
Sim, fiquei triste, chorei.. mas ao mesmo tempo havia a percepção que, em última instância não havia nenhuma morte e quem eles eram em essência, não tinha sido destruído, tanto quanto sei que eu, em minha essência não posso ser destruído.

Então, o que vem da auto percepção, do auto conhecimento é a percepção que o outro também está além da morte. 
É assim que você pode coexistir com o nível onde há espaço para a tristeza, luta, as lágrimas e isso vem em ondas; e notar que quando geralmente alguém próximo morre a tristeza vem em ondas e você chora e isso o alivia e aí vem outra onda. E mesmo quando uma onda vem pode haver uma corrente subjacente de paz.

Então, você não está totalmente naquela emoção, e ela está lá na sua espacialidade própria. E o espaço que subjaz a emoção é a Paz. E é somente dessa paz interior que você pode perceber, a verdade que está além disso."

Eckhart Tolle em Satsang



domingo, 13 de abril de 2014

Ser Livre Agora - Eckhart Tolle



Pergunta : Não vejo como ser livre agora. Estou extremamente infeliz com a minha vida neste momento. Isso é um fato, e eu estaria me iludindo se tentasse me convencer de que tudo está bem, quando não está. Para mim, o presente é triste e nada libertador. O que me faz prosseguir é a esperança de um futuro melhor.

Eckhart Tolle - Você pensa que a sua atenção está no momento presente quando, na verdade, está totalmente envolvida pelo tempo. Você não pode estar infeliz e completamente presente no Agora, ao mesmo tempo. Aquilo a que nos referimos como vida deveria ser chamada, mais precisamente, de “situação de vida”. É o tempo psicológico, passado e futuro. Certas coisas do passado não seguiram o caminho que queríamos. Ainda resistimos ao que aconteceu no passado e agora estamos resistindo ao que é. A esperança nos leva a prosseguir, mas a esperança nos mantém focalizados no futuro, e esse foco contínuo perpetua a negação do Agora e, portanto, a nossa infelicidade.

É verdade que a situação atual da minha vida é o resultado de coisas que aconteceram no passado, mas ainda assim é a minha situação atual e estar preso a ela é o que me faz infeliz.
Esqueça a situação da sua vida por um instante e preste atenção à sua vida.

Participante: Qual é a diferença?

Eckhart Tolle - A nossa situação de vida existe no tempo. Nossa vida é agora. Nossa situação de vida é coisa da mente. Nossa vida é real. Encontre o “portão estreito que conduz à vida”. Ele é chamado de Agora. 

Restrinja a sua vida a este exato momento. Sua situação de vida pode estar cheia de problemas – a maioria das situações de vida está –, mas verifique se você tem algum problema neste exato momento. Não amanhã ou dentro de dez minutos, mas já.

Você tem um problema agora? Quando estamos cheios de problemas, não há espaço para nada novo entrar, nenhum espaço para uma solução. Portanto, sempre que você puder, crie algum espaço de modo a encontrar a vida sob a sua situação de vida. Utilize os seus sentidos plenamente. Esteja onde você está. Olhe em volta. Apenas olhe, não interprete. Veja as luzes, as formas, as cores, as texturas. Esteja consciente da presença silenciosa de cada objeto. Esteja consciente do espaço que permite cada coisa existir. Ouça os sons, não os julgue. Ouça o silêncio por trás dos sons. Toque alguma coisa, qualquer coisa. Sinta e reconheça o Ser dentro dela. Observe o ritmo da sua respiração. Sinta o ar fluindo para dentro e para fora. Sinta a energia vital dentro do seu corpo. Permita que as coisas aconteçam, no interior e no exterior. Deixe que todas as coisas “sejam”. Mova-se profundamente para dentro do Agora. Você está deixando para trás o agonizante mundo da abstração mental e do tempo. 

Está se libertando da mente doentia que suga a sua energia vital, do mesmo modo que, lentamente, ela está envenenando e destruindo a Terra. 
Você está acordando do sonho do tempo e entrando no presente.

Todos os problemas são ilusões da mente.

Participante : É como se um grande peso tivesse sido tirado dos meus ombros. Sinto-me leve... mas os problemas ainda estão lá me esperando, não estão? Ainda não foram resolvidos. Será que não os estou evitando apenas temporariamente?

Eckhart Tolle - Se você estivesse no paraíso, sua mente não demoraria a encontrar algum problema. Não se trata, basicamente, de solucionar seus problemas. Trata-se de perceber que não existem problemas. Apenas situações com que temos de lidar agora ou deixar de lado e aceitar como uma parte do “ser” neste momento, até que se transformem ou possam ser negociadas. Os problemas são criados pela mente e precisam de tempo para sobreviver. Eles não conseguem sobreviver na atualidade do agora.
Focalize sua atenção no Agora e verifique quais são os seus problemas neste exato momento. Não estou obtendo uma resposta porque é impossível termos problemas quando toda a nossa atenção está inteira no Agora. Pode ser que haja uma ou outra situação que você precise resolver ou aceitar. Por que transformar isso em problema? Por que transformar tudo em problema? A vida já não é bastante desafiadora do jeito que é? Para que precisamos de 
problemas?

A mente, inconscientemente, adora problemas porque eles podem ser de vários tipos. Isso é normal e doentio. 

A palavra “problema” significa que estamos lidando mentalmente com uma situação, sem que exista um propósito real ou uma possibilidade de agir no momento, e também que estamos inconscientemente fazendo dele uma parte do nosso sentido de eu interior. Ficamos tão sobrecarregados pela nossa situação de vida que perdemos o sentido da vida, ou do Ser. Ou então vamos carregando na mente o peso insano de uma centena de coisas que iremos fazer ou poderemos ter de fazer no futuro, em vez de focalizarmos a atenção sobre uma coisa que podemos fazer agora.

Quando criamos um problema, criamos sofrimento. Por isso, é preciso tomar uma decisão simples: não importa o que aconteça, não vou criar mais sofrimento nem problemas para mim. É uma escolha simples, mas radical. Ninguém faz uma escolha dessas a menos que esteja verdadeiramente sufocado pelo sofrimento. E não se consegue levar esse tipo de decisão adiante a não ser acessando o poder do Agora. 

Se não criar mais sofrimento para si mesmo, você não criará também para os outros. Deixará, assim, de contaminar nosso lindo planeta, seu próprio espaço interior e a psique humana coletiva com a negatividade da criação de problemas.

Se você alguma vez esteve numa situação de emergência, de vida ou morte, saberá que isso não foi um problema. A mente não teve tempo para se distrair e transformar a situação em problema. Numa emergência de verdade, a mente pára. Ficamos absolutamente presentes no Agora, e algo infinitamente mais poderoso passa a dominar. Essa é a razão pela qual existem inúmeros relatos de pessoas comuns que, de uma hora para outra, tornaram-se capazes de façanhas incrivelmente corajosas. Numa situação de emergência, ou você sobrevive ou morre. Em qualquer dos casos, não é um problema.


Eckhart Tolle - Algumas pessoas ficam furiosas quando me ouvem dizer que os problemas são ilusões. É que estou ameaçando afastar delas a imagem que têm de si próprias. Elas investiram muito tempo num falso sentido de eu interior. Durante muitos anos, definiram inconscientemente suas identidades de acordo com os problemas que tiveram. Quem seriam sem eles? Uma grande porção do que as pessoas dizem, pensam ou fazem é, na verdade, motivada pelo medo, que está sempre ligado com o foco no futuro e com o estar fora de contato com o Agora.

Se não existirem problemas no Agora, não existirá o medo. Caso apareça uma situação com a qual você precise lidar agora, a sua ação vai ser clara e objetiva, se conseguir perceber o momento presente. Tem muito mais chances de dar certo. Não será uma reação vinda do condicionamento da sua mente no passado, mas sim uma resposta intuitiva à situação. Em situações em que a mente teria reagido, você vai achar mais eficaz não fazer nada. Fique só centrado no Agora.
A alegria do ser.

Para demonstrar como você se deixou dominar pelo tempo psicológico, experimente usar o critério de se perguntar se existe alegria, naturalidade e leveza no que você está fazendo. 
Se não existir, é porque o tempo está encobrindo o momento presente e a vida está sendo percebida como um encargo ou uma luta.
A ausência de alegria, naturalidade ou leveza no que estamos fazendo não significa, necessariamente, que precisemos mudar o que estamos fazendo. Talvez baste mudarmos o como. “Como” é sempre mais importante do que “o que”. 

Verifique se você pode dar muito mais atenção ao fazer do que ao resultado desejado através do fazer. Dê a sua inteira atenção para o que quer que o momento apresente. Isso implica que você aceitou totalmente o que é, porque não se pode dar atenção completa a alguma coisa e, ao mesmo tempo, resistir a ela. Ao respeitarmos o momento presente, toda a luta e a infelicidade se dissolvem e a vida começa a fluir com alegria e naturalidade. Ao agirmos com a consciência do momento presente, tudo o que fizermos virá com um sentido de qualidade, cuidado e amor, mesmo a mais simples ação. Portanto, não se preocupe com o resultado da sua ação, basta dar atenção à ação em si. O resultado surgirá espontaneamente.

Essa é uma valiosa prática espiritual.

No Bhagavad Gita, um dos mais antigos e mais belos ensinamentos espirituais que existem, o desapego ao resultado da ação é chamado Karma Yoga. 

É descrito como o caminho da “ação santificada”. Ao fim dessa luta compulsiva contra o Agora, a alegria do Ser passa a fluir em tudo o que fazemos. No momento em que a nossa atenção se volta para o Agora, percebemos uma presença, uma serenidade, uma paz. Não dependemos mais do futuro para obtermos plenitude e satisfação, não o olhamos mais como salvação. 

Conseqüentemente, não estamos mais presos aos resultados. Nem o fracasso nem o sucesso têm o poder de alterar o estado interior do Ser. Você acabou de encontrar a vida sob a situação de vida. Na ausência do tempo psicológico, o nosso sentido do eu interior provém do Ser, não do nosso passado pessoal. 

Assim, desaparece a necessidade psicológica de nos tornarmos uma outra pessoa diferente de quem já somos. No mundo, levando em conta a situação de vida, podemos nos tornar ricos, conhecidos, bem-sucedidos, livres disso ou daquilo, mas, na dimensão mais profunda do Ser, estamos completos e inteiros agora.

Participante : Nesse estado de plenitude, ainda teríamos capacidade ou vontade de alcançar os objetivos externos?

Eckhart Tolle - Claro que sim, mas sem as expectativas ilusórias de que uma coisa ou alguém no futuro irá nos salvar ou nos fazer felizes. No que diz respeito à situação de vida, podem existir coisas a ser alcançadas ou adquiridas. Vivemos no mundo da forma, dos lucros e perdas. Mas, em um nível mais profundo, já estamos completos, e quando percebemos isso, tudo o que fizermos será impulsionado por uma energia alegre e jovial.

Estando livre do tempo psicológico, não perseguimos mais os objetivos com uma determinação implacável, movida pelo medo, pela raiva, pelo descontentamento ou pela necessidade de nos tornarmos alguém. Nem permanecemos imóveis com medo de falhar. Quando o nosso sentido profundo do eu interior é derivado do Ser, quando nos livramos do “tornar-se” como uma necessidade psicológica, nem a nossa felicidade nem o nosso sentido do eu interior dependem do resultado e, assim, nos libertamos do medo. 

Não buscamos permanência onde ela não pode ser encontrada, ou seja, no mundo da forma, dos lucros e perdas, do nascimento e da morte. Nem esperamos que situações, condições, lugares ou pessoas nos tragam felicidade, só para depois nos causarem sofrimento, quando nossas expectativas não forem correspondidas. 

Tudo inspira respeito, mas nada importa. As formas nascem e morrem, ainda que estejamos conscientes de uma eternidade subjacente às formas. Sabemos que “nada que verdade pode ser ameaçado” . Quando este é o seu estado de Ser, como é possível não alcançar o sucesso? Você já o alcançou."

Eckhart Tolle em Satsang

Emoções - Eckhart Tolle




"A emoção nasce no lugar onde a mente e o corpo se encontram. É a reação do corpo à nossa mente ou, podemos dizer, um reflexo da mente no corpo.

Em geral, não temos consciência de todos os nossos padrões de pensamento. Só é possível trazê-los à consciência quando observamos nossas emoções.
Quanto mais identificados estivermos com nosso pensamento, com as coisas que nos agradam ou não, com nossos julgamentos e interpretações, ou seja, quanto menos presentes estivermos como consciência observadora, mais forte será a carga emocional, tenhamos ou não consciência disso.

Se quisermos conhecer mesmo a nossa mente, o corpo sempre nos dará um reflexo confiável. Portanto, observe a sua emoção ou melhor, sinta-a em seu corpo... Você pode permitir que a emoção esteja ali, sem deixar que ela assuma o controle. Você não é mais a emoção. Você é o observador, a presença que observa.

Concentre sua atenção dentro de você. Sinta a energia da emoção. Se não há emoção presente, concentre sua atenção mais fundo no campo da energia interna do seu corpo. Essa é a porta de entrada para o Ser.

Uma emoção, em geral, representa um padrão de pensamento amplificado e energizado. Por conta da carga energética quase sempre excessiva que ela contém, não é fácil, a princípio, termos condições de observá-la. A emoção quer assumir o controle, e quase sempre consegue, a menos que você esteja presente e alerta. Se você for empurrado para uma identificação inconsciente com a emoção, ela se tornará, temporariamente, ‘você’. É comum se estabelecer um círculo vicioso entre o pensamento e a emoção porque um alimenta o outro. 
O padrão do pensamento cria um reflexo amplificado em si na forma de uma emoção, fazendo com que a frequência vibratória desta permaneça alimentando o padrão do pensamento original. Ao lidar mentalmente com a situação, acontecimento ou pessoa que é identificada como causadora da emoção, o pensamento fornece a energia para a emoção, a qual, por sua vez, energiza o padrão de pensamento, e assim por diante.

Quanto mais a mente tenta se livrar do sofrimento, mais ele aumenta. A mente nunca pode achar a solução, nem pode permitir que encontremos a solução, porque é, ela mesma, uma parte intrínseca do ‘problema’.

Não nos livraremos desse sofrimento enquanto não extrairmos o sentido de eu interior da identificação com a mente, ou seja, do ego. A mente é, então, derrubada da sua posição de poder, e o Ser se revela em si mesmo, como a verdadeira natureza da pessoa.

Precisamos nos tornar plenamente conscientes de nossas emoções e sermos capazes de senti-las, antes de sermos capazes de sentir aquilo que está além delas. A palavra emoção significa, literalmente, ‘desordem’. A palavra vem do latim emovere, que significa ‘movimentar’.”

As emoções... sendo uma parte da mente dualística, estão sujeita à lei dos opostos.

Enquanto estivermos identificados com as nossas mentes, o que significa dizer, enquanto estivermos inconscientes espiritualmente, o sofrimento será inevitável. Refiro-me aqui ao sofrimento emocional, que é também a causa principal do sofrimento físico e da doença.
O ressentimento, o ódio, a autopiedade, a culpa, a raiva, a depressão, o ciúme e até mesmo uma leve irritação são formas de sofrimento. É o inseparável oposto, que se manifestará com o tempo.”


Eckhart Tolle em O Poder do Agora

O Todo Unificado - Eckhart Tolle





"Nem os conceitos, nem as fórmulas matemáticas podem explicar o infinito. 

Nenhum pensamento é capaz de conter a vastidão da Totalidade.

A realidade é um modo todo unificado, entretanto, o pensamento a divide em fragmentos. Isso causa erros básicos de interpretação - por exemplo, a ideia de que existem coisas e acontecimentos separados ou de que isto é a causa daquilo.Todos os pensamentos pressupõe uma perspectiva e toda perspectiva pela sua própria natureza implica limitação, o que em última análise, significa que não é verdadeira, pelo menos absolutamente.

Apenas o Todo é verdadeiro, porém, não pode ser expresso em palavras nem em pensamentos. De uma perspectiva distante das limitações do pensamentos e, portanto, incompreensível à mente humana, tudo está acontecendo agora. Tudo é que sempre foi ou que será, existe agora, fora do tempo, que também é uma construção mental.

Sempre que não encobrimos o mundo com palavras e rótulos, retorna à nossa vida a sensação do milagre, que foi perdida muito tempo atrás, quando a humanidade, em vez de usar o pensamento, deixou-se possuir por ele. 

Uma profundidade volta à nossa vida. As coisas recuperam sua novidade, seu frescor. E o maior de todos os milagres é vivenciar o eu essencial antes de qualquer palavra, qualquer pensamento ou rótulos mentais e imagens. Para que isso aconteça, precisamos desvincular nossa percepção do eu com todas as coisas que se relacionam com ele. (...) 

Tudo parece estar sujeito ao tempo, ainda assim, tudo acontece no Agora, no momento presente. Esse é o paradoxo. Sempre vemos várias evidências circunstanciais da realidade do tempo, como uma maçã murcha, nosso rosto no espelho comparado à nossa aparência em uma fotografia tirada há 30 anos antes. Porém nunca encontramos uma evidência direta, jamais vivenciamos o tempo em si.

A experiência que sempre temos é a do momento presente, ou melhor, a do que ocorre nele. Se nos basearmos apenas nas evidências diretas, então o tempo não existe e o Agora é tudo o que existe, sempre.

O Agora assume a forma de qualquer coisa ou acontecimento.
Enquanto resistirmos a isso internamente, a forma, isto é o mundo, é uma barreira impenetrável que nos separa de quem somos além dela, que nos afasta da Vida única sem forma que nós somos. 
Quando dizemos um SIM interior para a forma que o Agora adquire, ela própria se torna uma passagem para o que não tem forma. A separação entre o mundo e Deus se dissolve.

Somente quando resistimos ao que ocorre é que ficamos à mercê dos acontecimentos e o mundo determina nossa felicidade ou infelicidade.

Toda vez que você fica ansioso ou estressado, isso mostra que o propósito exterior assumiu o controle e você perdeu o propósito interior de vista. Terá se esquecido de que seu estado de consciência é primário e todo o resto secundário.
Contudo, o que originou a ansiedade ou tensão, ou o negativismo? Nosso afastamento do momento presente. E porque fizemos isso? Porque pensamos que outra coisa fosse mais importante. Acabamos por nos esquecer do propósito primário. Um pequeno erro, uma interpretação equivocada.. um mundo de sofrimento.

Estar alinhados com o que é significa estarmos numa relação de não resistência interna com os acontecimentos. Isso corresponde a não rotular essa realidade mentalmente como boa ou má, e sim, deixá-la ser o que é.
Isso quer dizer que não podemos mais agir para provocar mudanças em nossa vidas? Pelo contrário. Quando a base para nossas ações é o alinhamento interior com o momento presente, elas se tornam fortalecidas pela inteligência da Vida em si."

Eckhart Tolle em Em Comunhão com a vida

quinta-feira, 10 de abril de 2014

SAMA - Rumi - O Poeta Embriagado de Deus

Viemos girando
 do nada,
espalhando estrelas como pó.
As estrelas puseram-se em círculo
e nós no centro dançamos com elas.
Como a pedra do moinho,
em torno de Deus
gira a roda do céu.
Segura um raio dessa roda
e terás a mão decepada.
Girando e girando
essa roda dissolve
todo e qualquer apego.
Não estivesse apaixonada,
ela mesma gritaria - basta!
Até quando há de seguir esse giro?
Cada átomo gira desnorteado,
mendigos circulam entre as mesas,
cães rondam um pedaço de carne,
o amante gira em torno
do seu próprio coração.
Envergonhado ante tanta beleza
giro ao redor da minha vergonha.
................................................
Ouve a música do samá.
Vem unir-te ao som dos tambores!
Aqui celebramos:
somos todos Al-Hallaj dizendo: “Eu sou a Verdade!”
Em êxtase estamos.
Embriagados sim, mas de um vinho
que não se colhe na videira;
O que quer que pensem de nós
em nada parecerá com o que somos.
Giramos e giramos em êxtase.
Esta é a noite do sama
Há luz agora.
- Luz ! Luz!
Eis o amor verdadeiro
que diz a mente: adeus.
Este é o dia do adeus.
- Adeus ! Adeus !
Todo coração que arde
nesta noite
é amigo da música.
Ardendo por teus lábios
meu coração
transborda de minha boca.
Silêncio!
És feito de pensamento, afeto e paixão.
O que resta é nada
além de carne e ossos.
Por que nos falam
de templos de oração,
de atos piedosos?
Somos o caçador e a caça, Outono e primavera,
Noite e dia,
O Visível e o Invisível.
Somos o tesouro do espírito.
Somos a alma do mundo,
livres do peso que vergasta o corpo.
Prisioneiros não somos
do tempo nem do espaço
nem mesmo da terra que pisamos.
No amor fomos gerados.
No amor nascemos


Jalāl-ad-Dīn Muhammad Rumi  poeta, jurista e teólogo muçulmano persa do século XIII, fundador da ordem dos dervixes Mevlana (ou rodopiantes).

Perder-se para encontrar-se: o monge, o gato e a lua (Leonardo Boff)




O homem moderno perdeu o sentido da contemplação, de maravilhar-se diante das águas cristalinas do riacho, de encher-se de espanto face a um céu estrelado e de extasiar-se diante dos olhos brilhantes de uma criança que o olha interrogativa. Não sabe o que é o frescor de uma tarde de outono e é incapaz de ficar sozinho, sem celular, internet, televisão e aparelho de som. Ele tem medo de ouvir a voz que lhe vem de dentro, aquela que nunca mente, que nos aconselha, nos aplaude, nos julga e sempre nos acompanha. Essa pequena estória de meu irmão Waldemar Boff, que tenta pessoalmente viver no modo dos monges do deserto, nos traz de volta a nossa dimensão perdida. O que é profundamente verdadeiro só se deixa dizer bem, como atestam os sábios antigos, por pequenas estórias e raramente por conceitos. Às vezes quando imaginamos que nos perdemos, é então que nos encontramos. É o que esta estória nos quer comunicar: um desafio para todos.

“Era uma vez um eremita que vivia muito além das montanhas de Iguazaim, bem ao sul do deserto de Acaman. Fazia bem 30 anos que para lá se recolhera. Algumas cabras lhe davam o leite diário e um palmo de terra daquele vale fértil lhe dava o pão. Junto à cabana esgueiravam-se algumas ramas de videira. Durante o ano todo, sob as folhas de palmeira de cobertura, abelhas vinham fazer suas colméias.

“Há 30 bons anos que por aqui vivo! …”, suspirou o monge Porfiro. “Há 30 bons anos! …”. E, sentado sobre uma pedra, o olhar perdido nas águas do regato que saltitavam entre os seixos, deteve-se neste pensamento por longas horas. “Há 30 bons anos e não me encontrei. Perdi-me para tudo e para todos, na esperança de me encontrar. Mas perdi-me irremediavelmente !”

Na manhã seguinte, antes de o sol nascer, de parco farnel aos ombros e semi-rotas sandálias aos pés, pôs-se a caminho das montanhas de Igazaim, após a reza pelos peregrinos. Ele sempre subia as montanhas, quando, sob forças estranhas, seu mundo interior ameaçava desabar. Ia visitar Abba Tebaíno, eremita mais provecto e mais sábio, pai de uma geração toda de homens do deserto. Vivia ele sob um grande penhasco, de onde se podia ver lá embaixo os trigais da aldeia de Icanaum.

“Abba, perdi-me para encontrar-me. Perdi-me, porém, irremediavelmente. Não sei quem sou, nem para que ou para quem sou. Perdi o melhor de mim mesmo, o meu próprio eu. Busquei a paz e a contemplação, mas luto com uma falange de fantasmas. Fiz tudo para merecer a paz. Olha meu corpo, retorcido com uma raiz, retalhado de tantos jejuns, cilícios e vigílias! … E aqui estou, roto e combalido, vencido pelo cansaço da procura.”

E dentro da noite, sob uma lua enorme, iluminando o perfil das montanhas, Abba Tebaíno, sentado à porta da gruta, ficou a escutar com ternura infinita as confidências do irmão Porfiro.

Depois, num destes intervalos onde as palavras somem e só fica a presença, um gatinho que já vivia há muitos anos com o Abba, veio se arrastando de mansinho até a seus pés descalços. Miou, lambeu-lhe a ponta reta do burel, acomodou-se e pôs-se, com grandes olhos de criança, a contemplar a lua que, como alma de justo, subia silenciosa aos céus.

E, depois de muito tempo, começou o Abba Tebaíno a falar com grande doçura:

“Porfiro, meu filho querido, deves ser como o gato; ele nada busca para si mesmo, mas espera tudo de mim. Toda a manhã aguarda ao meu lado um pedaço de côdea e um pouco de leite desta tigela secular. Depois, vem e passa o dia juntinho a mim, lambendo-me os pés machucados. Nada quer, nada busca, tudo espera. É disponibilidade. É entrega. Vive por viver, pura e simplesmente. Vive para o outro. É dom, é graça, é gratuidade. Aqui, junto a mim deitado, contempla inocente e ingênuo, arcaico como o ser, o milagre da lua que sobe, enorme e abençoada. Não se busca a si próprio, nem mesmo na vaidade íntima da auto-purificação ou na complacência da auto-realização. Ele se perdeu irremediavelmente, para mim e para a lua…É a condição de ele ser o que é e de encontrar-se.

E um silêncio profundo desceu sobre a boca do penhasco.

Na manhã seguinte, antes de o sol nascer, os dois eremitas cantaram os salmos das Matinas. Seus louvores ecoaram pelas montanhas e fizeram estremecer as fímbrias do universo. Depois, deram-se o ósculo da partida. O irmão Porfiro, de parco farnel à costas e semi-rotas sandálias aos pés, retornou ao seu vale, ao sul do deserto de Acaman. Entendeu que para encontrar-se devia perder-se na mais pura e singela gratuidade.

Contam os moradores da aldeia próxima que, muitos anos depois, numa profunda e quieta noite de lua cheia, eles viram no céu um grande clarão. Era o monge Porfiro que subia, junto com a lua, à imensidão infinita daquele céu delirantemente faiscado de estrelas. Agora não precisava mais perder-se porque se havia definitivamente encontrado”.

Waldemar Boff (um dos meus 10 irmãos) estudou nos USA, é educador popular e camponês.

Fonte Leonardo Boff.com

7 REFLEXÕES PROMOTORAS DE BEM-ESTAR




Tudo muda a todo o momento, e não dá para travar essa dinâmica. Acabou o namoro, acabou o emprego, acabou a série de TV preferida, acabaram as férias, acabou o dinheiro, acabou a paciência. É, tudo muda e tudo acaba mesmo. E nós, é isso mesmo que temos mais certo. A nossa vida um dia termina, agora, amanhã, para a semana, daqui a dez anos. É, não sabemos. Não precisamos esperar pela mudança e muito menos pela nossa finitude para reconhecer o que importa, agora mesmo. Agora é o tempo. Agora é o tempo de expressarmos a versão mais grandiosa, mais sublime e mais extraordinária de nós mesmos. O tempo é agora. Em seguida apresento sete reflexões que podem promover o seu bem-estar e ajudá-lo a construir um caminho mais significativo e feliz na sua vida.

AGRADAR AOS OUTROS

Não importa quem você é, o que pensa, o que faz, algumas pessoas vão gostar e algumas não, algumas irão concordar com você e algumas irão discordar. Não se preocupe com isso, não fique mudando a si mesmo na tentativa de viver de acordo com as expectativas dos outros. Isso só vai criar conflitos internos e confusão. Aprenda a conectar-se com o seu eu verdadeiro. Descubra o que você quer ser.

O que o impulsiona, o que você defende, o que valoriza, o que lhe é significativo, onde pretende chegar, essas são algumas das coisas que permitirão mantê-lo no seu próprio caminho. Agradando a você mesmo. Não quero dizer que não devemos levar os outros em consideração, claro que saber ouvir e saber analisar a viabilidade de uma opinião é uma mais valia. É no entanto importante que essa opinião vinda dos outros se encaixe na sua forma de ser e de estar no mundo.

INTENÇÕES PESSOAIS

Gaste alguns minutos refletindo sobre a sua mais profunda intenção. Há muitas questões por trás das nossas intenções, palavras que podem orientar a introspeção: Qual é o meu valor mais profundo? O que faz disparar o meu coração? O que é para mim a liberdade, e como isso me faz sentir? Na correria da nossa vida, muitas vezes é fácil esquecer a motivação fundamental pela qual escolhemos viver. O que estamos fazendo com as nossas vidas? Refletindo sobre valores mais profundos da sua vida pode tornar-se um ritual diário, quando você está dirigindo para o escritório ou a tomar um duche. Quando somos claros sobre as nossas intenções, as nossas vidas movem-se com um enorme propósito.

Por vezes é preciso ficar consigo mesmo:

Para perceber,
Para abrandar,
Para fazer menos,
E abrir-se mais.

Para respirar,
Ficar ciente,
E saborear a plenitude de estar acordado.

PRATIQUE A APRECIAÇÃO DA VIDA FAZENDO BOAS PERGUNTAS

Independentemente da situação que você se encontra, fazer as perguntas certas, ou fazer as declarações corretas, pode ajudá-lo a descobrir razões para ser grato ou sentir gratidão. Por exemplo:

1) O que existe sobre esta pessoa, situação ou experiência que eu possa…. apreciar ?
2) Que lição valiosa essa experiência me ensinou?
3) Como posso beneficiar do exemplo dessa pessoa? ( Mesmo que seja um…. exemplo do que não fazer)
4) Qual é característica mais notável e positiva desta pessoa?
5) Como posso injetar um pouco de energia positiva para esta situação?

Se você cultivar o hábito de concentrar-se no positivo, o seu nível de valorização vai aumentar. Você passará a encontrar mais e mais motivos para apreciar todos os aspetos da sua vida, você vai tornar-se um ímã para atrair energia positiva. E essa energia positiva que passará a fluir na sua vida vai dar-lhe ainda mais motivos de apreciação. Agora é com você. Você vai permitir que a apreciação mude a sua vida?

O CAMINHO DO BEM

Com tantas coisas negativas a acontecer no mundo que fogem ao nosso controle, tem coisas que podemos decidir a favor do bem dos outros. Façamos acontecer coisas boas para nós mesmos e para os outros. A decisão depende única e simplesmente de nós.

Fonte: Escola Psicologia/ Saúde e Bem Estar
Por Miguel Lucas

terça-feira, 8 de abril de 2014

Alinhamento interior 2 - Eckhart Tolle




"O Agora assume a forma de qualquer coisa ou acontecimento. Enquanto resistimos a isso internamente, a forma, isto é, o mundo é uma barreira impenetrável que nos separa de quem somos além dela, que nos afasta da Vida única sem forma que nós somos.
Quando dizemos um SIM interior para a forma que o Agora adquire, ela própria se torna uma passagem para o que não tem forma. A separação entre o mundo e Deus se dissolve.

Somente quando resistimos ao que ocorre é que ficamos à mercê dos acontecimentos e o mundo determina nossa felicidade ou infelicidade.

A maioria dos egos tem vontades conflitantes.
Eles querem coisas diferentes em momentos distintos ou talvez nem saibam o que desejam. Só sabem o que não querem: o momento presente.

Estarmos alinhados com o QUE É, significa estarmos numa relação de não resistência interna com os acontecimentos. Isso corresponde a não rotular essa realidade mentalmente como boa ou má, e sim deixá-la ser o que é. Isso quer dizer que não podemos mais agir para provocar mudanças na nossa vida? Pelo contrário, quando a base das nossas ações é o alinhamento interior com o momento presente, elas se tornam fortalecidas pela inteligência da Vida em si.

Toda vez que você fica ansioso ou estressado, isso mostra que o propósito exterior assumiu o controle e você perdeu o propósito interior de vista. Terá se esquecido de que seu estado de consciência é primário e todo o resto secundário.

Contudo, o que desencadeou a ansiedade, a tensão ou o negativismo? Nosso afastamento do momento presente. E porque fizemos isso? Porque pensamos que outra coisa fosse mais importante. Acabamos por nos esquecer do propósito primário. Um pequeno erro, uma interpretação equivocada...um mundo de sofrimento."

Eckhart Tolle em Em Comunhão com a Vida.

***

Um pequeno erro, uma interpretação equivocada...um mundo de sofrimento...

Essa é a origem dos nossos "problemas", sejam eles grandes ou pequenos, não importa, a partir desse erro de interpretação tudo pode acontecer...

O que é esse erro de interpretação?
É fundamentalmente nos tomarmos por um alguém, por uma pessoa, nos tomarmos por um ego, particular que tem vontade própria, e que nossa vontade deve prevalecer sobre a realidade.
Aquilo que eu acho, aquilo que eu penso, aquilo que eu quero, precisa prevalecer sobre aquilo que É.

Esse é o erro de interpretação. Se só olhamos a vida a partir do nosso pequeno e ilusório ego, já estamos fadados ao sofrimento, isso porque a realidade segue seu fluxo, tem seu percurso onde tudo é possível, tudo mesmo! 
Então, como é possível uma pequena onda enfrentar o mar? Impossível...

Eckhar Tolle, nos chama atenção para esse alinhamento interno, que é fundamentalmente o reconhecimento da nossa natureza ilimitada, infinita, aberta, impessoal. 
Esse alinhamento muda tudo! Ele nos coloca disponíveis aquilo que É, e nessa disponibilidade podemos agir, fazer, decidir, ou não, mas sem entrarmos em conflito com a realidade. Nós simplesmente tomamos a realidade como nossa, como nós mesmos, e a partir daí tudo que se sucede, vem através dessa consciência luminosa e aberta.
A adequação ao momento é fundamental para a realização daquilo que chamamos felicidade...

Alinhamento interior 1- Eckhart Tolle






"Nossa vida tem um propósito interior e um exterior.
O primeiro deles diz respeito ao Ser e é primário. O segundo se refere a fazer e é secundário.

O significado genuíno, ou primário da vida não pode ser encontrado no nível exterior. Ele não diz respeito ao que fazemos, e sim ao que somos - isto é, ao nosso estado de consciência.

Também estamos aprendendo que a ação, embora necessária é apenas um fato secundário na manifestação da nossa realidade externa. O fator primário na criação é a consciência. Não importa quanto sejamos ativos, quanto esforço realizemos, nosso estado de consciência cria nosso mundo. Portanto, se não houver uma mudança nesse nível interior, a qualidade das ações que executamos não fará diferença. Vamos apenas recriar novas versões do mesmo mundo inúmeras vezes, um mundo que é um reflexo externo do ego.

Quando temos um lampejo de consciência ou presença, reconhecemos isso de imediato. Não se trata mais de um simples conceito da nossa mente. Então somos capazes de escolher conscientemente nos manter presentes em vez de nos entregar ao pensamento inútil. Podemos convidar a presença para a nossa vida, isto é, criar espaço.

Com a graça do despertar vem a responsabilidade. Temos a opção de seguir em frente como se nada tivesse ocorrido ou de ver a importância disso e reconhecer o despertar da consciência como a coisa mais importante que pode nos acontecer. Estarmos abertos à consciência emergente e atrairmos sua luz para o mundo tornar-se assim o propósito primário da nossa vida.

A ação desperta é o alinhamento do nosso propósito exterior - o que fazemos - com o nosso propósito interior - despertarmos e nos mantermos despertos. Por meio dela entramos no estado de unificação com o propósito que sai do Universo. Através de nós a consciência flui para o mundo. Ela se derrama sobre nossos pensamentos e os inspira. Inunda todas as coisas realizações, as orienta e fortalece.

São as modalidades da ação desperta: aceitação, prazer e entusiasmo. Cada uma delas representa uma freqüência vibracional da consciência. Precisamos nos manter atentos para garantir que uma modalidade permaneça ativa sempre que estivermos na execução de algo - da tarefa mais simples à mais complexa. Caso não estejamos no estado de aceitação, nem no de prazer, nem no de entusiasmo, é porque estamos causando sofrimento a nós mesmos e aos outros.

Embora possamos não gostar de fazer determinadas coisas, precisamos ao menos aceitar que temos de executá-las. Aceitação significa o seguinte: por enquanto o que esta situação, este momento requer de mim é isto, então eu o faço de boa vontade;

Se você não conseguir encontrar prazer no que vai fazer nem aceitar que deve executar isso, pare. Caso contrário não estará assumindo a única responsabilidade que você de fato pode assumir e que também é algo que importa de verdade: seu estado de consciência. E se você não faz isso, não se responsabiliza pela vida;

Na nova Terra, o prazer substituirá o querer como a força motivadora dos nossos atos. O querer deriva da ilusão do ego de que somos um fragmento isolado desligado do poder que se encontra por trás de toda criação. Por meio do prazer, nos conectamos a esse poder criativo universal.

A expansão e a mudança positiva no nível exterior têm muito mais probabilidade de ocorrer na nossa vida se formos capazes de sentir prazer no que já estamos empreendendo, em vez de esperarmos por uma mudança para então passarmos a gostar do que fazemos.
Quando tornarmos o momento presente, e não o passado nem o futuro, o nosso ponto focal, a capacidade que temos de gostar do que estamos fazendo aumenta extraordinariamente e com ela, a capacidade da nossa vida;

A alegria não acontece - nunca. Ela emana da dimensão sem forma em nosso interior, da consciência em si, portanto é una com quem nós somos.

Sentimos prazer com qualquer atividade em que estejamos plenamente presentes, com toda ação que não seja um meio para alcançar um fim. O que nos proporciona essa sensação não é o ato que executamos e sim, a energia vital que flui para ele. Essa animação e o que nós somos existem como uma coisa só. Isso significa que quando temos prazer em fazer algo, estamos de fato sentindo a alegria do Ser no seu aspecto dinâmico. É por isso que tudo o que nos dá prazer nos coloca em contato com o poder que está por trás de toda criação."

Eckhart Tolle em Em Comunhão com a Vida

Consciência é Presença - Eckhart Tolle




"Um dia vou me libertar do ego."                                                         

Quem está falando? 
O ego.

Libertar-se dele não é verdadeiramente um grande trabalho, mas uma tarefa muito pequena. Basta estarmos conscientes dos nossos pensamentos e das nossas emoções à medida que eles vão surgindo. Não se trata de "fazer" e sim de "ver" com atenção.
Nesse sentido, é verdade que não há nada que possamos fazer para nos libertar do ego.
Quando essa mudança acontece, ou seja, quando passamos do pensamento para a consciência, uma inteligência muito maior do que a esperteza do ego começa a agir na nossa vida. 

Ninguém se torna bom tentando ser bom, e sim encontrando a bondade que já existe dentro de si mesmo e permitindo que ela sobressaia. No entanto, essa qualidade só se distingue quando algo fundamental muda no estado de consciência de cada um.

No zen se costuma dizer: "Não busque a verdade. Apenas pare de cultivar opiniões." 
O que isso significa? Deixe de lado a identificação com a mente . Assim quem você é além da mente emergirá por si mesmo.

Um ponto essencial do despertar é a identificação daquela parte em nós que ainda não se modificou: o ego da maneira como ele pensa, fala, age.
Quando você descobre a inconsciência em si próprio, aquilo que torna o reconhecimento possível é o surgimento da consciência, é o despertar. 
Você não pode lutar contra o ego e vencer, assim como não consegue combater a escuridão. 
A luz da consciência é tudo o que é necessário.
Você é essa luz.

Somente a presença é capaz de nos libertar do ego, pois só podemos estar presentes agora- e não ontem nem amanhã. Apenas ela consegue desfazer o passado em nós e assim transformar nosso estado de consciência.

Temos de aprender a não manter vivos acontecimentos e situações, mas em vez disso, a sempre dirigir a atenção para o momento presente - puro, atemporal- em vez de nos deixarmos atrair por histórias produzidas pela mente.
Assim, nossa própria presença se torna identidade, e não nossos pensamentos e emoções.

Fique alerta. Se você estiver consciente, será capaz de reconhecer essa voz pelo que ela é: um velho pensamento condicionado pelo passado. Além disso, não precisará mais acreditar em todos os seus pensamentos.

Verá que se trata de algo antigo, nada mais.
Consciência significa presença, e só ela pode dissolver o passado inconsciente dentro de nós."

Eckhart Tolle em Em Comunhão com a Vida