Se fosse possível resumir todos os sentimentos espirituais numa única frase, esta chegaria bem perto:
" Faça com que seu estado mental seja mais importante do que o que você estiver fazendo"
Tenho praticado o suficiente para saber que o ato de esvaziar a mente e deixar os pensamentos fluírem é bem melhor e mais saudável do que a sensação oposta. Embora já tivesse dado alguns passos na direção certa,sentia que meu estado de espiritualidade não estava completamente em paz. Por que eu tinha que passar por essa pequena provação? Por que não se pode fazer com alegria meia dúzia de pequenas tarefas?
Meu erro foi ter deixado as circunstâncias serem mais importantes do que o meu estado de espírito. Agora, para reverter isso, era preciso desbloquear minha mente. Para isso, era necessário cumprir três etapas:
1ª - Para eliminar o que impede a experiência de plenitude e paz,você precisa examinar o impedimento.
[...] Para falar a verdade eu não estava exatamente irritado por ter interrompido meu trabalho para fazer os cachorros quentes para os meus filhos, apenas me sentia um tanto chateado com a sensação de que estava deixando de fazer coisas importantes e,claro, em conflito por estrar experimentando todos esses sentimentos.[...]
Quando me aprofundei no que estava sentindo, encontrei o pensamento que estava bloqueando tudo: " Eu não deveria ter de fazer o que não quero fazer" . Mas, logo me dei conta de quem nem mesmo eu acreditava nessa ideia. Faço coisas que não quero fazer o tempo todo e, neste caso específico, eu queria fazer a comida dos meus filhos e queria ler a proposta que me foi enviada.
Percebi que, na tentativa de entender o que eu realmente queria fazer, eu teria sabotado todo o processo de desprendimento se houvesse desejado que os meus filhos ou a situação mudassem.
Sempre que desejamos que as pessoas mudem ou que as circunstâncias nos sejam favoráveis, estamos de alguma forma,nos eximindo da responsabilidade por nosso estado mental. É como se assumíssemos o papel de vítimas e ficássemos torcendo para sermos poupados. Com certeza, existem vítimas de verdade, mas em geral, nos colocamos desnecessária mente neste papel. E fazemos isso todos os dias.
Quando o objetivo é manter o senso de integridade, independente do que acontecer à nossa volta,não nos tornamos vítimas. Nada fica "fora de controle" se quisermos. Somos nós que deixamos as pessoas e as situações serem quem são e o que são. Isto não quer dizer que aprovamos a maneira como se comportam e também não significa que deixamos de nos proteger das pessoas destrutivas.
O problema é que pressionar o coração dos outros não muda seus corações. Apenas c ria um conflito,que divide a mente e confunde as nossas emoções. Ninguém em tempo algum se tornou mais sensível ou mais ponderado por ser julgado,maltratado ou atemorizado.
2ª etapa: Para superar o bloqueio, você precisa ter muita clareza do que quer.
Esta etapa parecia fácil. Afinal eu queria fazer os cachorros quentes,atender o pedido dos meus filhos e ser capaz de alterar minha agenda de trabalho - Tudo isso em paz.
Para falar a verdade eu ansiava pela paz mais do que o pensamento que a estava bloqueando.
Refleti sobre minha sinceridade a respeito de tudo isso.
Achei que estava bem sólida.
Ok. Etapa resolvida.
3ª etapa: Para atingir a plenitude,você deve reagir a partir da mente íntegra, não da mente em conflito.
Esta etapa já soava mais difícil. Para começar, era preciso descobrir a plenitude que existe dentro de cada um de nós. Que todos nós a possuímos é fato, mas trazê-la à tona é outra história. Em geral, nos sentimos em paz quando estabelecemos uma ligação amarosa com as outras pessoas. Mas, se a mente arrisca um pensamento perturbador e se as duas primeiras etapas desse processo não forem realizadas com sinceridade, corre-se o risco de escorregar e cair nova,ente no velho estado mental conflitante.
Para evitar esse risco é preciso agir com pureza de alma. Será que sinceramente desejamos a paz aos que estão à nossa volta? Será que sinceramente desejamos uma mente que conheça a serenidade e que tenha uma profunda ligação como nosso parceiro(a), com nosso filhos, pais, irmãos e amigos? Ou seria melhor resguardar nosso coração e permanecer em posição de julgar e de estar sempre com a razão?
Esta etapa pode se tornar um tanto complicada, especialmente se surgir a tentação de controlar nossas emoções mais destrutivas e impulsos mais sombrios. Esses sentimentos de fato exigem controle,mas a verdade é que não se está em guerra com as circunstâncias ou comportamentos e pensamentos. É exatamente o contrário.
Quando se está numa batalha inútil, o melhor a fazer é abandonar o campo de batalha.
A razão pela qual um bicho traz felicidade a seu dono, um filho a seus pais e uma mulher a seu marido, é que sentimos amor. Quando não se ama, o mais dedicado bichinho,planta,filho ou amante não tocará o nosso coração.
Por milhares de anos, nos disseram que o amor é maravilhoso. A maioria das pessoas acredita que ser amado é uma sensação maravilhosa. E é. Mas, antes de você conhecer "o amor", é preciso amar. Quando se ama, você recebe mais do que a sensação de ser amado.
Como é fato que, as pessoas amam, elas ficam completamente envolvidas na sensação do amor,há pais e mães que se sentem felizes por serem amados pelos filhos problemáticos,seus bichinhos complicados e seus parceiros obesos. Encontramos casais muito idosos que, obviamente,não são mais atraentes como eram, mas conseguem enxergar e sentir a beleza do amor.
Para que isto aconteça, basta acessar sua mente amorosa e tranquila - Não a mente preocupada e fragmentada.
Saiba que ninguém passa diretamente de uma abordagem conflitante para uma de pura unidade e paz. Para ser realista,fazer o melhor possível hoje já é ótimo. Basta um pequeno progresso a cada dia, afinal, é o rumo que importa. Este é, sem dúvida, um objetivo mais estimulante e mais produtivo do que tentar a realização total e plena.
Hugh Prather
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