Você poderá gostar também

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Identificar-se com a solução



A natureza inquietante de nossa mente nos leva facilmente a caminhos "tortos". Em geral, temos a tendência de nos identificarmos mais com os problemas do que com as soluções. Ao invés de nos liberarmos dos problemas, nos envolvemos mais ainda com eles... 

O budismo nos inspira a não nos identificarmos com nossa imagem errônea e a reconhecermos nossas qualidades básicas, como abertura, gentileza e bondade. Quando escutamos esta premissa, nos parece fascinante! Mas, para tanto, vamos ter também que abrir mão de nossas expectativas idealizadas e lidar com a realidade: quem somos agora e os recursos que já temos. Pois, desta forma, começaremos a nos conectar de fato com a solução.

Quando damos mais importância aos nossos recursos do que aos nossos impedimentos, mudamos o hábito de nos sentirmos insuficientes, fracos e frustrados. Não se trata apenas de uma atitude positiva, mas de ir além da visão negativa.

Tenho aprendido que não basta pensarmos positivamente, é preciso serenar a mente que lamenta, que vive "correndo atrás" da felicidade, prometendo a si mesma tempos melhores. Toda vez que fazemos isso acabamos nos enfraquecendo, pois interpretamos o momento presente como inadequado e insuficiente.

Assim, como diz o ditado -é melhor um pássaro na mão do que dois voando-, podemos perceber nossos recursos reais e nos surpreendermos com o que ocorre no momento em que tomamos partido de nós mesmos. Ao despertarmos a empatia por nós mesmos, algo diferente ocorre e deixamos de nos sentir vítimas. Ao adquirirmos o comando sobre nós mesmos, voltamos a assumir a precedência sobre nossas reações. Neste instante, passamos a ver o problema como aprendizado e não mais como interferência negativa. Lama Gangchen nos lembra que podemos reconhecer nossas dificuldades como estímulos para evolução quando nos fala: 

"O mesmo obstáculo que faz com que você caia serve depois de apoio para você se levantar"

Bel Cesar -  

É psicóloga, pratica a psicoterapia sob a perspectiva do Budismo Tibetano desde 1990. Dedica-se ao tratamento do estresse traumático com os métodos de S.E.® - Somatic Experiencing (Experiência Somática) e de EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento através de Movimentos Oculares). Desde 1991, dedica-se ao acompanhamento daqueles que enfrentam a morte. Autora dos livros Viagem Interior ao Tibete, Morrer não se improvisa, O livro das Emoções, Mania de sofrer e recentemente "O sutil desequilíbrio do estresse" todos pela editora Gaia.


Nenhum comentário:

Postar um comentário