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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

LUZ






Chegou o dia em que o fósforo disse à vela:
- Eu tenho a tarefa de acender-te.

Assustada a vela respondeu:
 - Não, isto não! Se eu estou acesa, então os meus dias estarão contados. Ninguém mais vai admirar a minha beleza.

O fósforo perguntou:
 - Tu preferes passara a vida inteira inerte e sozinha, sem ter experimentado a vida?

- Mas queimar dói e consome minhas forças – sussurrou a vela insegura e apavorada.

- É verdade- respondeu o fósforo – Mas é este o segredo da nossa vocação. Nós somos chamados para ser LUZ! O que eu posso fazer é pouco. Se não te acender, eu perco o sentido da minha vida. Eu existo para acender o fogo. Tu és uma vela: Tu existes para iluminar os outros e para aquecer. Tudo o que ofereceres por meio da dor, do sofrimento e do teu empenho será transformado em luz. Tu não te acabarás consumindo-te pelos outros. Outros passarão o teu fogo adiante. Só quando tu te re4cusares, então morrerás!

Em seguida, a vela afinou o seu pavio e disse cheia de expectativa: Eu te peço, acende-me. 


In " Além do que se vê"



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